Em sua exposição haviam diversas amplas salas com centenas de imagens, algumas continham milhares de imagens.
Na entrada de cada sala, uma tela com apenas uma palavra pintada, letras pequenas em relação ao tamanho da tela, percebi que distintas proporções atraiam seu gosto, assim como atraiam o meu.
As palavras, em cada uma das telas (em algumas a tinta ainda escorria), faziam menção ao conteúdo ali exposto.
Não tive dúvida de que sala visitar, a que estava escrito: "Eu"
Mas a porta estava fechada, havia um pequeno banco, que se posicionado em frete a porta, colocaria meus olhos na exata altura da fechadura. Descobri como entrar: olhei pela fechadura. Nesse momento, visão e mente se expandiram e o tempo...passou. Acredito ter ficado por ali uns 3 ou 4 dias. Visitei diversos assuntos. Impossível descrever o que ví.
Me lembro que, durante o tempo que por ali estive, escutei uma voz: "Obrigada, era essa mesmo que gostaria que você visse."
Ali estava parte da resposta que a fiz. Achei fascinante essa maneira de querer que eu soubesse mais sobre ela.
Passei a admirar. Quero a conhecer, abrir seu diário através de seus lindos olhos.
Engraçado como, as vezes, nem são necessárias muitas palavras e nem tempo para despertar algo que nem sabemos o que é.
Bastam alguns encontros, olhares profundos, afinidades desconhecidas e de minha parte, admiração pelas formas e, depois da visita a exposição, ao conteúdo.