E se passaram dez anos.

Dez anos longe...

Longe como outra vida.
Parece até de uma outra existência.

Minha família envelheceu.
Diminuiu.
Eu envelheci.

Alguns amigos já têm quase cinquenta.
Eu também.
E dizem que, nessa idade, deveríamos ter algo:
bens, posses, certezas.

Mas eu? Não tenho.
Tenho pouco dinheiro.
E não faria mal ter um pouco mais.
E, quem sabe, um pouco mais de certeza também.
Mas estou bem.

Perdi meus amores.
Por minha responsabilidade.
Não posso dizer que o amor não me visitou
fui eu quem não soube, ou não quis, que ele ficasse.

E hoje?
Comemoro minha postura diante da vida:
sólida.
segura.
inabalável.

Aos que me conhecem,
mais dez anos e
um forte abraço.

— Donalro

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